Setor privado vira fator-chave para exploração de urânio

A parceria entre o governo e o setor privado será o fator-chave para a exploração de urânio no Brasil, segundo especialistas ouvidos pelo. O desenvolvimento de novas reservas do minério—usado como combustível de reatores nucleares — é fundamental para atender a demanda da usina de Angra III e, futuramente, dos reatores que o governo pretende construir a partir de 2019. Esta também poderá ser uma opção caso o Brasil decida exportar urânio para outros países, um mercado em potencial crescimento.
A oportunidade aparece porque, apesar da exploração das jazidas nacionais de urânio ser monopólio da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a empresa é autorizada pela legislação a atuar com sócios privados em minas, desde que tenha participação majoritária nos projetos. O modelo, previsto na lei 6.189, de outubro de 1974, até hoje nunca foi colocado em prática.
Atualmente, as únicas parcerias da INB com a iniciativa privada ocorrem quando há exploração de outros minérios com urânio associado. É o caso do consórcio Santa Quitéria, feito com a Galvani, para uma mina no Ceará. O sócio privado está investindo US$ 350 milhões em uma mina de fosfato. O urânio associado ficará com a INB.
A estatal, que fatura R$ 300 milhões por ano, produz apenas o suficiente para fornecer para Angra I e Angra II. Coma entrada em operação de Angra III, em 2015, ela deverá dobrar seu resultado financeiro para R$ 600 milhões. Para atender a nova usina, ela está dobrando sua capacidade instalada de 400 toneladas por ano, por meio da duplicação da usina e Caetité, no Sudoeste da Bahia, um investimento de R$ 130 milhões, e apostando na usina do Ceará.
O assessor da presidência da INB, Luiz Felipe da Silva, conta que os estudos mais recentes sobre as reservas brasileiras são de 1984. Mas, com a entrada de novos reatores em operação, o governo terá de investigar o real potencial brasileiro em urânio.

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